A Epilepsia é uma desordem neurológica comum em várias doenças, acomete aproximadamente uma em cada 100 pessoas, tem como característica a ocorrência de crises epilépticas, que se repetem a intervalos variáveis, e ocorrem por uma descarga anormal de neurônios, que se comporta de maneira hiperexcitável.
Há um desequilíbrio entre os mecanismos de excitação (glutamato) e inibição (GABA) do S.N.C (Sistema Nervoso Central), podendo ocorrer em várias áreas cerebrais (lobo frontal, temporal, parietal e occipital)
Pode ser causada por várias condições clínicas:
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As crises são classificadas em: crises epiléticas totais / generalizadas (se essa desorganização ocorrer nos dois hemisférios cerebrais) ou parciais (se os sinais elétricos estão desorganizados em apenas um dos hemisférios cerebrais). Na grande maioria dos casos, as crises desaparecem espontaneamente, mas a tendência é que se repitam de tempos em tempos.
Epilepsia generalizada:
Quando ocorre uma crise de epilepsia tônico-clônica, popularmente conhecida por estado de grande mal, ocorrem alterações em todo o cérebro levando à perda de consciência e podem surgir sintomas, como:
T.C.E (Traumatismo cranio encefálico)
Crise de ausência:
É uma das manifestações possíveis da crise epilética generalizada é a crise de ausência, também chamada de pequeno mal, este tipo de crise é mais comum na infância e costuma desaparecer após a adolescência. Na crise de ausência, o paciente perde contato com o mundo externo e apresenta os seguintes sintomas:
Crises que duram mais de cinco minutos são classificas em estado de mal epilético, e indicam uma situação de emergência neurológica, necessitando de atendimento médico imediato.
Epilepsia Parcial:
Pode afetar apenas uma pequena parte do hemisfério do cérebro, causando sintomas mais leves e que correspondem à parte do cérebro atingida, o paciente conserva a noção do que está acontecendo com ele, ou seja, ocorre sem alteração do nível de consciência, neste caso de epilepsia, os sintomas são limitados à área afetada.
Alguns sintomas que podem ocorrer na crise epiléptica parcial simples são:
Também pode ocorrer crises parciais complexas: Quando há alguma mudança ou perda de consciência. Esse tipo de crise pode provocar movimentos repetitivos, como esfregar as mãos sem parar, e o paciente pode não conseguir responder ao ambiente a sua volta.
Epilepsia Refratária:
É toda e qualquer modalidade da doença que não responde, a pelo menos dois tipos de medicações, associados ou não a outros fármacos. Estima-se que 30% das pessoas epilépticas apresentem essa forma de resistência ao tratamento da enfermidade.
O diagnóstico se baseia no quadro clínico relatado pelo paciente ou seus familiares e pode ser confirmado por exames laboratoriais, especialmente em exames de imagens do cérebro como o Eletroencefalograma.
A epilepsia é tratada com remédios anticonvulsivantes como: carbamazepina, fenobarbital, Oxcarbazepina, Carbamazepina e Valproato de sódio, entre outros.
Eles agem tentando controlar a hiperexcitabilidade cerebral e evitar novas crises convulsivas, porém na maioria dos casos estas medicações não conseguem estabilizar a frequência e intensidade das crises, que se tornam crônicas, progressivas e constantes, limitando severamente a qualidade de vida do paciente.
Os canabinoides atuam diretamente no S.N.C (sistema nervoso central) como modulador das transmissões neurológicas.
O CBD (canabidiol) controla as descargas de neurotransmissores nos neurônios pré-sináptico (inibindo o excesso de glutamato e estimulando a produção do GABA), e tem o potencial de reduzir e estabilizar crises convulsivas tanto em número quanto em intensidade, sem produzir efeitos psicoativos importantes.
O THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) também possui potencial anticonvulsivante em menor proporção, sendo eficaz também no tratamento de outros sintomas: reduzindo espasmos e melhorando a rigidez muscular e falta de tônus muscular.
Em 1980 uma pesquisa pioneira no mundo realizada pelo médico, cientista e professor Elisaldo Carlini, da UNIFESP, através de um estudo duplo cego, randomizado de fase 1, mostrou o potencial anticonvulsivante do CBD (canabidiol). O estudo contou com uma amostra reduzida de pacientes adultos e os resultados mostraram suspensão completa da crise em quatro e redução em três dos oito pacientes que receberam CBD (canabidiol).
Em dezembro de 2013 o Food and Drug Administration (FDA) aprovou nos Estados Unidos o uso terapêutico do CBD (canabidiol) em pesquisas para tratamento de epilepsias
refratárias em crianças. Um grupo da University of California e outro da New York University School of Medicine receberam autorização para iniciar suas pesquisas.
Em março de 2016, um estudo intervencionista e multicêntrico, publicado nos EUA, concluiu que o CBD (canabidiol) pode reduzir consideravelmente a frequência das crises convulsivas e pode ter um perfil de segurança adequado em crianças e adultos jovens portadores de epilepsia refratária.
De acordo com as pesquisas científicas e a prática clínica, não restam dúvidas que os canabinoides, mais especificamente o CBD (canabidiol) possui grande potencial para estabilizar os sintomas, agindo na causa principal da patologia, que é o desbalanço entre neurotransmissores, proporcionando uma melhor qualidade de vida para o paciente.
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